quarta-feira


Quando  a definição de estar se torna confusa... Quando o ser é dúbio e as palavras não passam de meras conjugações proferidas para evitar silêncios e produzir ruido... Nada mais resta do que a montanha que nos acolhe sempre no consolo dos seus peitorais!

Enjoei turistas, se não vens para ficar, escusas de entrar! Nem tentes limpar os pés no tapete para acederes ao alpendre, limita-te a não entrar!









Falling

"When we first met, I didn't want to get involved with anyone.

I didn't have the time or energy and I wasn't sure that I was ready for it.

But you make me feel so good, and I got swept up in that.

And, little by little, I found myself falling in love with you!"


Make it simple... please



Meu Bem, quando eu for grande e quiser ser pequenina outra vez, vou ser alguém!


Provavelmente não estarás aqui para ver mas "moon will always be the same size as yours half a world away"



So*

terça-feira






As mãos trémulas roubavam horas ao infinito e dedicavam-se ao mais profundo esquecimento numa muralha de pensamentos a sofrer de erosão, de certezas que se desvanecem, desistem, caem, amachucam-se e põem-se num lixo, revestindo-se de palavras complicadas e vazias que muitos pensaram mas que poucos perceberam!


Acendeu o cigarro. A conversa estava a produzir um efeito aglutinador, de absoluto remate final, era como se tudo dependesse daquele pedaço de gente e tudo renascesse sob uma outra forma ainda por descobrir. Os pincéis estavam a perder a cor e a tela outrora confusa ora tomava rumo e sentido, ora ficava cinzenta e apagada; os vermelhos apaixonantes gritavam por baixo de novas camadas de cor mais fortes, sem dúvida. 


Algures entre aquelas ruelas perdidas no tempo e achadas num espaço monocórdico, numa revolta de sentimentos soltou-se um grito mudo e um suspiro profundo, a noite gelada e distante escurecia, a alma alimentava-se de substâncias estranhas e a noção de norte estava centrada num olhar profundo.


A vida até podia ser governada pelos sentimentos mas naquela madrugada só havia espaço para racionalidades e atitudes conscientes, o coração acelarado, a voz suave arranhava e uma incapacidade para estar parada faziam-na colocar um sorriso, finalmente aquele chão que não podia ser mais irregular e escorregadio parecia estar a ficar mais firme... a secura da garganta fora substituída por um doce sabor a " vou conseguir nem que seja por que tu não acreditas", e meia garrafa depois  sem lágrimas ou solavanços ela era dona do seu silêncio e não prisioneira das suas palavras.


Alguém tinha acendido o esqueiro e enquanto a lua alta se reflectia nos rostos animados de uma rua sem fim, aquela chama aquecia a possível madrugada com um olhar de reprovação intercalado com um sentimento de medo impresso em cada gesto.


A música baixa, as vozes acalmam-se estava na altura de regressar à praia para que a atmosfera de alívio se instalasse novamente e os corpos pudesse finalmente adormecer com novas certezas...







Sabes, vou tão bem na tua mão! 

domingo

Não teve importância, quase nenhuma, mas ele recusava-se a engolir.Só por hoje queria fazer como as avestruzes, enterrar a cabeça debaixo da realidade e esperar que passasse. A ironia de todas as frases soltas que deviam ser presas fê-lo perceber que o amor não se pede a ninguém e raramente se dá a quem merece, talvez por isso a pessoa certa não seja aquela que manda flores todos os dias e que escreve do outro lado do mundo a explicar o quão perfeitos foram os momentos. Talvez por isso a pessoa certa seja aquela que quiser estar ao lado dele, incondicionalmente, que goste dele, que a acompanhe pelos diversos trilhos e que partilhe dos mesmos objectivos... No fundo ele não queria alguém, não queria uma pessoa que olhasse para ele todos os dias  e dissesse que era o amor da sua vida, queria sim a pessoa que olhasse por ele todos os dias!


 O passado afecta o presente, não o determina e a impossibilidade é o medo que algo se torne possível, por isso hoje vou de avião até à lua!






So*